IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO CONTINUADA


No trabalho com Coordenação Pedagógica tenho adquirido diversas experiências significativas no que se refere à formação continuada de professores. Tenho notado que os professores vem percebendo a importância e a necessidade de um agente mediador que o auxilie na busca de soluções inteligentes para o gerenciamento e a qualidade do seu trabalho na escola, pois é lá que está o foco e a razão do seu trabalho de educador - o educando.

Para a coordenadora pedagógica da Fundação Victor Civita, Regina Scarpa, a definição do piso nacional para os professores e a ampliação do tempo de trabalho extraclasse trazem à tona o debate sobre o papel do educador. “Que tipo de profissional queremos? Se o desafio da Educação brasileira é produzir qualidade e não só quantidade, precisamos ter muito claros o perfil e as atribuições dos professores”, afirma. “Esse debate envolve, principalmente, salário, formação inicial e formação continuada, ou seja, quanto tempo ele tem para planejar e avaliar o processo de ensino e aprendizagem.”

Débora Rana diz que também falta clareza sobre o papel do coordenador pedagógico nas escolas públicas do país. “O professor que faz uma escola de qualidade não pode ser um 'aplicador de atividades'. Ele precisa conhecer a turma, aquilo que ele quer ensinar e como vai fazer isso na prática, sabendo que, na classe, ninguém aprende da mesma maneira. Já o coordenador tem de ir além da orientação. Ele deve conhecer e acompanhar cada professor e, na medida do possível, cada criança. É seu papel vivenciar a sala de aula, observando, analisando e sugerindo intervenções.”

Segundo Débora, é essa falta de clareza nas atribuições que leva ao insucesso de muitas tentativas de aproveitamento do horário extraclasse e de ações formativas na escola. “Há uma tendência de culpar o professor pela má utilização do tempo de trabalho fora da sala de aula. Muitas vezes, não é preguiça ou má vontade, mas falta de uma proposta organizada de reflexão sobre a prática.

Aí, naturalmente, esse tempo fica sem sentido e os professores se vêem sozinhos", diz.

A coordenadora de pesquisas da Fundação Carlos Chagas, Bernardete Gatti, também acredita que, sem planejamento, a atividade extraclasse acaba desviada para outras funções. “A imensa maioria dos professores é formada por mulheres que, além de enfrentar muitas vezes a jornada dupla de trabalho, têm de cuidar de casa. Então, não é raro que o horário de planejamento acabe virando uma brecha para cuidar de afazeres domésticos."

A formação contínua (2) é (Nóvoa 1991, Freire 1991 e Mello 1994) saída possível para a melhoria da qualidade do ensino, dentro do contexto educacional contemporâneo. Nova o bastante para não dispor ainda de mais teorias nutrientes, provavelmente, ainda em gestação. É uma tentativa de resgatar a figura do mestre, tão carente do respeito devido a sua profissão, tão desgastada em nossos dias. "Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma, como educador, permanentemente, na prática e na reflexão da prática". (FREIRE, 1991: 58).

A conquista de da maturidade nesta questão é fator primordial para o início desta nova etapa na vida de um educador. Pois a partir do momento em que a reflexão começa a permear a prática, docente e de vida, ele (o educador) perceberá que a formação continuada o torna um ser energizado, atuante no seu espaço histórico e que cresceu no saber e na responsabilidade.

A modernidade exige mudanças, adaptações, atualização e aperfeiçoamento. Quem não se atualiza fica para trás. A parceria, a globalização, a informática, toda a tecnologia moderna é um desafio a quem se formou há vinte ou trinta anos. A concepção moderna de educador exige "uma sólida formação científica, técnica e política, viabilizadora de uma prática pedagógica crítica e consciente da necessidade de mudanças na sociedade brasileira" (Brzezinski, 1992:83).

O profissional consciente sabe que sua formação não termina na Universidade. Esta lhe aponta caminhos, fornece conceitos e idéias, a matéria-prima de sua especialidade. O resto é por sua conta. Muitos professores, mesmo tendo sido assíduos, estudiosos e brilhantes, tiveram de aprender na prática, estudando, pesquisando, observando, errando muitas vezes, até chegarem ao profissional competente que hoje são.

Que deve fazer o professor consciente e comprometido com seu trabalho? Investir em sua formação, continuá-la para não frustrar-se profissionalmente, para poder exigir respeito e, mesmo, melhorias salariais.

O dia cheio e estafante não reserva tempo para a leitura, o estudo, a preparação de aula. Os cursos propostos, geralmente aos sábados ou em horários impossíveis, não atraem o professor que, ao menos, nos fins de semana, quer ficar com a família e muitas vezes com os cadernos e provas para corrigir. Entretanto, "o profissional do futuro (e o futuro já começou) terá como principal tarefa aprender. Sim, pois, para executar tarefas repetitivas existirão os computadores e os robôs. Ao homem competirá ser criativo, imaginativo e inovador" (Seabra, 1994:78).

Diante desse quadro, não é utopia desejar uma escola de ensino fundamental e médio com eqüidade, que ofereça bom ensino, que prepare para os desafios da modernidade?Não acreditamos que a solução esteja tão somente na justa remuneração do professor. Ela tem que envolver outros setores e de modo global e profundo. A escola está à margem da sociedade, não dispõe dos atrativos da mídia: esportes, brinquedos, diversões. O professor, sem base sólida cultural e específica, não tem descortino e firmeza para construir com o aluno o conhecimento. Ambos pararam no tempo.

Alonso desenha o perfil do novo profissional:

Torna-se um profissional efetivo, em contraposição ao tarefeiro ou funcionário burocrático; Esse profissional terá que ser visto como alguém que não está pronto, acabado, mas em constante formação; Um profissional independente com autonomia para decidir sobre o seu trabalho e suas necessidades; Alguém que está sempre em busca de novas respostas, novos encaminhamentos para seu trabalho e não simplesmente um cumpridor de tarefas e executor mecânico de ordens superiores e, finalmente, alguém que tem seus olhos para o futuro e não para o passado. (1994:6).

Mesmo supondo que o professor tenha recebido adequada formação, a atualização é uma exigência da modernidade. Tabus caem, métodos são questionados, conceitos são substituídos, o mundo da ciência, do trabalho, da política, da empresa caminha velozmente para mudanças de padrões e exigências. Se o diploma abre as portas do mercado de trabalho, não garante a permanência nele. Os medíocres, serão preteridos pelos melhores classificados.



Referências Bibliográficas:

Rosangela Barros e Simone Cabral

Módulo I - Curso de Formação Continuada para professores de Educação Infantil / Coração de Maria/BA


Sites norteadores de Pesquisa:

· Conteúdo Escola

· Revista nova escola








6 comentários:

  1. Querida Rosângela adorei a visita ao canto-do conto.blogspot e o recadinho no mural. Parabéns pelo blog e já estou seguindo-a com o bem-bolado-projetos.blogspot. Bjs ! Betty

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  2. Conheci esse lindo cantinho através do Blog "A arte de ensinar e aprender".Estou encantada com seu blog. vou fazer bom uso das informações que vi aqui! Beijos Mena.

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  3. Simplesmente muito bom.É grato e edificante existirem pessoas como você.
    Cumprimentos
    JGG

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  4. Achei muito bom seu blog.O texto é expetacular fala certamente sobre como deve ser um professor interssado com a mudança da educação no Brasil.

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  5. Adorei o seu blog...trabalho como coordenadora em uma escola e esse texto foi muito esclarecedor.
    Vou acompanhá-la sempre e procurar fazer bom uso das informações.
    Um abraço...
    maria tereza

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  6. Minha pesquisa é sobre a relevância da formação docente para a melhoria da qualidade organizacional escolar. Os aspectos por você definidos em relação a continuidade do conhecimento me auxiliaram na elaboração do meu texto. Continue renovando suas ideias. O tempo passa e as tendências na educação também se modificam. O estudo é necessário para que não nos comportemos como um ignáro diante dos desafios da nossa profissão.

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